A rotina é um elemento importante
da Educação Infantil, por proporcionar à criança sentimentos de estabilidade e
segurança. Também proporciona à criança maior facilidade de organização
espaço-temporal, e a liberta do sentimento de estresse que uma rotina
desestruturada pode causar. Entretanto, como vimos, a rotina não precisa
ser rígida, sem espaço para invenção (por parte dos professores e das
crianças). Pelo contrário a rotina pode ser rica, alegre e prazerosa,
proporcionado espaço para a construção diária do projeto político-pedagógico da
instituição de Educação Infantil.
Após a chegada, o educador deve
organizar a roda de conversa, onde as crianças podem trocar idéias e falar
sobre suas vivências. Aqui cabe ao educador organizar o espaço, para que todos
os que desejam possam falar, para que todos estejam sentados de forma que
possam ver-se uns aos outros, além de fomentar as conversas, estimulando as
crianças a falarem, e promovendo o respeito pela fala de cada um. Através das
falas, o professor pode conhecer cada um de seus alunos, e observar quais são
os temas e assuntos de interesse destas. Na roda, o educador pode desenvolver
atividades que estimulam a construção do conhecimento acerca de diversos
códigos e linguagens, como, por exemplo, marcação do dia no calendário,
brincadeiras com crachás contendo os nomes das crianças, jogos dos mais
diversos tipos (visando apresentá-los às crianças para que, depois, possam
brincar sozinhas) e outras. Também na roda deverão ser feitas discussões acerca
dos projetos que estão sendo trabalhados pela classe, além de se apresentar às
crianças as atividades do dia, abrindo, também, um espaço para que elas possam
participar do planejamento diário. O tempo de duração da roda deve equilibrar as
atividades a serem ali desenvolvidas e a capacidade de concentração/interação
das crianças neste tipo de atividade.
A rotina na educação infantil
Rotina à estrutura básica, da espinha dorsal das atividades do dia.
A rotina diária é o desenvolvimento prático do planejamento. É também a
seqüência de diferentes atividades que acontecem no dia-a-dia da creche e é
esta seqüência que vai possibilitar que a criança se oriente na relação
tempo-espaço e se desenvolva. Uma rotina adequada é um instrumento construtivo
para a criança, pois permite que ela estruture sua independência e autonomia,
além de estimular a sua socialização.
Maria Carmen Barbosa e Maria
da Graça Horn, afirma em Organização do Espaço e do Tempo na Escola Infantil.
“O cotidiano de uma Escola Infantil tem de prever momentos
diferenciados que certamente não se organizarão da mesma forma para crianças
maiores e menores. Diversos tipos de atividades envolverão a jornada diária das
crianças e dos adultos: o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o
repouso, as brincadeiras – os jogos diversificados – como o faz-de-conta, os
jogos imitativos e motores, de exploração de materiais gráficos e plásticos –
os livros de histórias, as atividades coordenadas pelo adulto e outras”.
Assim, para organizar estas
atividades no tempo, é fundamental levar em consideração três diferentes
necessidades das crianças:
“As necessidades biológicas, como as relacionadas ao
repouso, à alimentação, à higiene e à sua faixa etária; as necessidades
psicológicas, que se referem às diferenças individuais como, o tempo e o ritmo
de cada um; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e
ao estilo de vida”.
É interessante aqui reforçar a
idéia de que a rotina deve prever pouca espera das crianças, principalmente
durante os períodos de higiene e de alimentação. A espera pode ser evitada se
organizarmos a nossa sala de aula de maneira que a criança tenha a
possibilidade de realizar outras atividades, de forma mais autônoma, tendo
livre acesso a espaços e materiais, enquanto o professor está atendendo uma
única criança.
Atividades de organização coletiva
As crianças definem o que
desejam fazer, e para isso é necessário que o ambiente, em termos de materiais
e espaços, dê condições. Já as crianças maiores podem participar na própria
organização das atividades. Uma festa, por exemplo, é uma atividade coletiva
que pode ser organizada junto com as crianças. O mesmo pode ser feito com
relação a um passeio, uma visita fora da instituição.
Atividades de cuidado pessoal
Não devemos separar o “cuidar”
do “educar”. Uma das preocupações básicas das atividades de cuidado pessoal é
com a saúde, entendendo a saúde como sendo o bem-estar físico, psicológico e
social da criança. A higiene, o sono e a alimentação são algumas das principais
condições para a sua vida, é necessária uma atenção maior em relação à limpeza
e aos hábitos adequados de higiene. Também a alimentação é muito importante e
não deve ser encarada com momento de dificuldade e de tensão. É importante
observarmos alguns detalhes, tais como: o uso do guardanapo, a utilização
correta dos talheres, e a ingestão de líquidos no momento adequado.
É possível organizar na creche
brincadeiras e músicas que envolvam questões de higiene e alimentação. O sono é
outro fator relevante para a saúde da criança, o ideal é que sejam ofertadas
outras opções de atividades para as crianças que não querem ou não conseguem
dormir. O problema da exigência dos momentos de sono da criança é o resultado
da falta de pessoal. Mas isso não é correto? Importante: as crianças nunca devem dormir sem a
presença de um adulto para atender a qualquer eventualidade, como passar mal,
acordar aos sustos, por exemplo. Além disso, o horário é de descanso das
crianças e não do profissional, que neste momento está trabalhando!
O momento do banho é especial
para a criança na creche. No berçário, devemos cuidar da temperatura da água,
arrumar as roupas antecipadamente e escolher os brinquedos para entreter a
criança antes, durante e após o banho. No maternal pode-se dar banhos de
mangueira nas crianças, ou mesmo instalar chuveiros externos quando as
condições climáticas assim permitirem.
Atividades dirigidas
Na creche, as atividades
dirigidas são aquelas que o professor realiza com uma ou poucas crianças,
procurando chamar a atenção pra algum elemento novo do ambiente, como uma
figura, uma brincadeira com som etc. No momento em que as crianças aprendem a
andar é relevante realizar passeios pela creche. O adulto deve coordenar
inúmeras atividades com as crianças, a partir de certa idade, tais como: contar
histórias, fazer teatro com fantoches, ensinar músicas e brincadeiras de roda,
brincar de esconde-esconde. O interessante é propor atividades à criança e
deixá-la segura para escolher a forma de participar. Isso significa respeitar
seu ritmo, confiar na criança, na sua capacidade de ação e na liberdade que tem
para expressar seus sentimentos.
Atividades livres (isto é, menos dirigidas pelo professor)
Estas atividades devem fazer
parte d programação diária de todos os grupos de crianças, desde o berçário até
a turma dos maiores. Cabe a este organizar espaços e momentos para que as
crianças livremente explorem o ambiente e escolham suas atividades específicas,
mas é sempre interessante que o professor intervenha na coordenação das
brincadeiras quando assim for necessário e integre-se como participante.
ABRAMOVICH, Fanny. O professor não duvida! Duvida? São Paulo: Gente, 1998.
BATISTA, Rosa. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. Trabalho apresentado na reunião anual da ANPEd, em outubro/2001.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, Suzana R. V. da (org.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2001.
DEVIRES, Rheta; ZAN, Betty. A ética na educação infantil: o ambiente sócio-moral na escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 1996.
Referência
ABRAMOVICH, Fanny. O professor não duvida! Duvida? São Paulo: Gente, 1998.
BATISTA, Rosa. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. Trabalho apresentado na reunião anual da ANPEd, em outubro/2001.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, Suzana R. V. da (org.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2001.
DEVIRES, Rheta; ZAN, Betty. A ética na educação infantil: o ambiente sócio-moral na escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 1996.
ótima matéria, vou indicar ao colegio objetivo zona norte SP
ResponderExcluirGostei desse post, vou indicar para o colegio zona norte SP, vão gostar muito bastante desse blog, ótimo assunto abordado, recomendo
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